PESQUISA REVELA ÍNDICE DE INFESTAÇÃO DA DENGUE EM
1.239 MUNICÍPIOS BRASILEIROS
LIRAa aponta 77 municípios com risco para dengue
A pesquisa mostra onde estão os criadouros do Aedes aegypti. O Ministério da Saúde vai repassar R$ 173,3 ,milhões
aos estados e municípios para qualificar as ações de vigilância, prevenção e
controle da doença
O Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa)
deste ano revela que 77 municípios brasileiros estão em situação de risco para
a dengue (entre as capitais, apenas Porto Velho); 375 em situação de alerta e
787 foram considerados satisfatórios. A pesquisa, que traça um panorama para
identificar onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito
transmissor da dengue, foi realizado em 1.239 municípios, o que representa um
acréscimo de 31% com relação aos participantes de 2011. No ano passado, 800
municípios realizaram o LIRAa.
Dos 77 munícipios em situação de risco no estudo deste ano, 58
realizaram o LIRAa pela primeira vez e 10 mantém a situação de risco, a exemplo
de 2011. No ano passado, dos 800 municípios pesquisados, 48 foram identificados
em situação de risco, 338 em alerta e 414 com índice satisfatório.
Para qualificar as ações de vigilância, prevenção e controle da dengue,
o Ministério da Saúde está repassando a todos estados e municípios brasileiros
R$ 173,3 milhões. Os recursos representam 20% do valor anual do Piso Fixo de
Vigilância e Promoção à Saúde e são destinados ao aprimoramento das atividades
de controle do vetor, vigilância epidemiológica e assistência ao paciente com
dengue.
O montante repassado neste ano significa um acréscimo 87% com relação ao
que foi transferido em 2011 e contempla todos os municípios do país. No ano
passado, foram transferidos R$ 92,8 milhões a 1.159 cidades que apresentavam
maior incidência da doença.
Promovido em parceria com as secretarias municipais de saúde, o LIRAa é
considerado um instrumento fundamental para orientar as ações de controle da
dengue, o que possibilita aos gestores locais de saúde anteciparem as ações de
prevenção.
Os municípios classificados como de risco apresentam larvas do mosquito
em mais de 3,9% dos imóveis pesquisados. É considerado estado de alerta quando
menos de 3,9% dos imóveis pesquisados têm larvas do mosquito, sendo índice é satisfatório
quando está abaixo de 1% de larvas do Aedes aegypti. Dos 77 munícipios em
situação de risco neste estudo mais recente, 58 realizaram o LIRAa pela
primeira vez e 10 mantém a situação de risco, a exemplo de 2011.
Durante a apresentação do levantamento, o ministro da Saúde, Alexandre
Padilha, fez um alerta para que os novos prefeitos não descuidem das medidas de
prevenção e controle da dengue. “Nós fazemos um alerta e um pedido para que os
prefeitos municipais, nesse período de transição, não deixem de dar
continuidade às ações de combate à dengue. O LIRAa é uma espécie de
fotografia da dengue nos municípios, mas o risco persiste e a ação deve ser
redobrada nesse período de maior ocorrência da doença", afirmou o
ministro.
A indicação do local onde estão merece atenção no Nordeste, onde mais de
70% das larvas do mosquito se concentram em reservatórios de água. No Sudeste,
mais da metade dos focos (59,2%) estão em depósitos domiciliares.
Criadouros por região:
Região
|
Abastecimento
de água
|
Depósitos
domiciliares
|
Lixo
|
Norte
|
36,8%
|
25,4%
|
37,8%
|
Nordeste
|
73,6%
|
20,7%
|
5,7%
|
Sudeste
|
20,3%
|
59,2%
|
20,6%
|
Centro
Oeste
|
31,7%
|
32,2%
|
36,1%
|
Sul
|
18,5%
|
34,9%
|
46,5%
|
ATIVIDADES – Nos últimos três anos, os recursos para o financiamento das ações de vigilância, o que inclui o controle da dengue, apresentaram uma evolução. Em 2010, o Ministério da Saúde transferiu para os estados e municípios R$ 1,05 bilhão, em 2011 foram R$ 1,34 bilhão e neste ano o montante previsto é de é R$ 1,72 bilhão. Esses recursos são utilizados pelos estados e municípios no financiamento das atividades essenciais para o controle da dengue, como a visita dos agentes de saúde, compra de equipamentos e treinamentos de pessoal.
Como parte das medidas de combate à dengue, o Ministério da Saúde também
distribuição 450 mil exemplares (bolso e mesa) da classificação de risco do
paciente com dengue. Com este instrumento, profissionais da saúde tem mais
facilidade para o atendimento e orientação aos pacientes. Também foi realizada
a capacitação, em larga escala, dos profissionais de saúde, por meio da
estratégia “Dengue em 15 minutos”. A capacitação promove a atualização do
conhecimento dos profissionais de saúde pelo ensino a distância da Universidade
Aberta do Sistema Único de Saúde (UNASUS).
O Ministério da Saúde também desenvolveu outras ações, como o
aprimoramento da capacidade de alerta e resposta à dengue, por meio dos
sistemas de vigilância e monitoramento dos municípios para detecção precoce de
surtos. A revisão e atualização dos planos de contingência e a manutenção
de estoque estratégico de inseticidas e kits diagnóstico para atendimento
rápido às demandas durante o maior período de incidência da doença, são outros
exemplos de medidas implementadas para o controle e prevenção da doença.
MOBILIZAÇÃO - A Campanha Nacional de Combate à
Dengue de 2012/2013 traz um novo olhar sobre a forma de lidar com a doença. Uma
mensagem mais direta à população busca promover a mudança de comportamento,
alertar sobre a gravidade da doença para que as pessoas eliminem os criadouros
do mosquito em suas casas.
Com o slogan “Dengue é fácil combater, só não pode esquecer”, o objetivo
da primeira fase (até o final de dezembro) é mobilizar a população a praticar
medidas simples de prevenção contra o mosquito Aedes aegypti. Na segunda fase,
a partir de janeiro, o foco é reconhecer os sinais e sintomas da doença e quais
as principais medidas que devem ser adotadas pela população, em caso de
suspeita.
A campanha educativa é dirigida a população em geral, gestores,
lideranças comunitárias, empresários, movimentos sociais, religiosos,
profissionais e agentes de saúde, professores e crianças As ações de
comunicação do Ministério da Saúde são desenvolvidas com base em dois cenários:
período não epidêmico e período epidêmico.
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